segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Nacional do Teatro Amador 2011

Para o teatro amador, como para o amador de teatro, todos os dias são o seu dia. Quando se ama, não se ama com data marcada nem por intermitências.
O amor é uma dádiva, não é um empréstimo. Não há calendário nem agenda para ele.
Um tempo houve, neste país, em que o teatro não existiria fora das duas maiores cidades se não fossem os amadores da arte dramática. Foram eles que acenderam e mantiveram acesos pequenos focos luminosos, dispersos de norte a sul, que lhe assinalavam a presença. E fizeram-no assumindo riscos e enfrentando dificuldades de toda a ordem, desde a escassez dos meios aos rigores da censura.
Restituída a liberdade ao povo português, a presença do teatro amador pôde intensificar-se no tecido nacional, e a força da sua intervenção desenvolver-se, ainda que haja outros obstáculos a vencer. Não para competir ou confrontar-se com o teatro profissional, o que não teria sentido, mas para continuar e levar mais longe, noutro plano, a função cultural que a ambos cabe e nem sempre este último se lembra de cumprir.
E chamar-lhe a atenção, também. Chamá-lo à ordem, quando for caso disso - apeteceu-me escrever. E afinal deixei escrito...
Muitas vezes disse que devo ao teatro amador algumas das mais puras emoções da minha incerta, descontínua e acidentada carreira de autor dramático.
Volto a dizê-lo em mais este Dia do Teatro Amador.
Dia longo, porque vai durar até ao dia 21 de Março do próximo ano.
E, certamente, de todos os que vão seguir-se-lhe.

Luiz Francisco Rebello, Dramaturgo

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